top of page

Carta para Bill Gates

 

Querido parceiro de jornada,

 

Me chamo Maria Mundin e  pertenço ao Grupo Grünes Haus. Venho, por meio desta carta lhe falar sobre o jornal “AMBIENTE-SE”. De inicio pode lhe parecer um pouco desinteressante mas acredito que ao final deste e-mail, o senhor vai   entender o quanto este projeto é  importante e urgente para todos da comunidade, do país e do planeta inteiro.

 

O grupo Grünes Haus  nasceu em 2014 na Alemanha. Eu e alguns amigos nos reuníamos nos finais de semana nos jardins comunitários, nos parques da cidade ou  em passeios pelas pequenas florestas de pinheiros. Éramos (somos) apaixonados pela natureza.  Foi nesta época que percebemos o quanto éramos egoístas em querer apenas desfrutar de toda a natureza sem colaborar em nada para que ela permanecesse linda também para os nossos filhos e todos os nossos descendentes.

 

Eu, a única brasileira do grupo, trazia nas costas a vergonha por nunca ter feito nada para preservar a nossa Amazônia, para proteger nosso índios, nossa história, nossas raízes, nosso povo e principalmente as belezas que a natureza do Brasil tem...  eu não me ligava muito nesses assuntos. Apenas curtia a natureza enquanto ela ainda estava ali e eu também.

 

Meus amigos já pensavam diferente, já estavam mais  à frente que eu, eles já tinham automaticamente o costume de separar seus lixos, não apenas em casa, mas também fora dela, nos parques, nas ruas... (os alemães sabem cuidar do seu do seu lixo melhor que os brasileiros)

O  lixo espalhado pelos parques e pelas ruas  da cidade normalmente são deixados por pessoas que vem de países assim como o Brasil, onde as pessoas não tem uma educação ecológica correta.

 

Decidimos a partir dali, colaborar para manter o nosso mundo sempre verde, cuidar dele como cuidamos da nossa casa, essa era a nossa vontade, daí  veio o nome Grünes Haus que  traduzindo do alemão significa “Casa Verde”. Esse nome expressava a nossa vontade, ver nossa casa “sempre verde”

 

A partir dali passamos a cultivar mudas de várias espécies de árvores e plantas e plantávamos nos parques da cidade. Muitas vezes, no final da tarde ajudávamos os garis a recolher o lixo que as pessoas deixavam no gramado... garrafas de cerveja, latinhas, pets, plásticos, papéis...

Nessa época eu já trabalhava no departamento de arte, cultura e eventos de um jornal em Hamburg (WIR). Foi ali que percebi que existiam vários grupos de pessoas que se reuniam para trabalhar com materiais que iam para o lixo e transformá-los em algo utilizável. Descobri também que isso tinha um nome; Upcycling.

 

Nas feiras e eventos de artesanato divulgados no jornal, era muito comum ver os trabalhos desses grupos  à venda. Percebi então que muitas pessoas que passavam por ali admiravam as peças mas não entendiam o valor por trás delas. Havia na verdade uma “desconexão” entre a iniciativa deles e o entendimento daquelas pessoas. Havia também muito pouco interesse dos jornais e da mídia em geral de divulgar esse tipo de iniciativa. Aqueles pequenos  grupos de artesãos estavam dando uma lição para todos nós! Transformar o Upcycling em fonte de renda não era apenas uma forma de fugir da crise mas também de dizer: “Eu colaboro para manter meu planeta sempre verde”,  ou seja; “eu sou um ser sustentável”,   e é de seres assim que o nosso planeta está precisando urgentemente não é mesmo?

 

Hoje sabemos que não adianta investir dinheiro em projetos sem que haja uma conscientização ecológica da comunidade em geral, não adianta apenas dar a vara para o pescador pescar sem mostrar a ele como se pesca e  temos que ir mais além disso, temos que ensinar ao pescador como cuidar da fonte para que não seque, ensinar a ele como cultivar mais peixes e cuidar dos rios, ensinar a ele que é possível pescar mais peixes sem agredir o Meio Ambiente, ensinar a ele a buscar  “Soluções sustentáveis”.

 

Assim surgiu o Grünes Haus Magazin (https://gruneshaus.wixsite.com/magazinn ). Nosso objetivo com esse site é divulgar e apoiar iniciativas valiosas como essas, de apresentar os problemas ambientais e principalmente mostrar as pessoas que no mundo não existe apenas problemas, existem também muitas SOLUÇÕES para eles.

 

Em 2015, o Grünes Haus participou do Start Social na Alemanha, estávamos buscando financiamento para organizar oficinas de jardinagem e paisagismo e também de arte e artesanato sustentável. Infelizmente não fomos contemplados porque o nosso grupo ainda não estava registrado oficialmente como uma ONG e o projeto era “muito novo”

 

Em 2016 voltei ao Brasil e o projeto  ficou (por um tempo)  resumido apenas no Site, alguns integrantes do grupo estavam enfrentando alguns problemas pessoas, inclusive eu, e não tínhamos muito tempo para novos projetos, mesmo assim, continuamos divulgando e postando matérias no site da  Alemanha e do Brasil também. (http://gruneshaus.wixsite.com/brasil )

 

Aqui no brasil e acredito que em muitos países do mundo, sociedades estão vivendo um drama muito difícil de solucionar;  a cultura do “ter” é mais importante do que a cultura do “ser” e é muito difícil encontrar pessoas que pensem diferente, mais difícil ainda é  fazer com que elas entendam essa outra desconexão; Quanto mais rápido a população aumenta, mais rápido o planeta esta sendo  devorado. Ou seja, mais filhos e menos Natureza. Coitados desses filhos! Eles  precisam aprender a tirar da terra (planeta) e das pessoas  apenas o necessário para viver uma vida com tranquilidade e harmonia, viver uma vida sem sofrimento e  sem causar sofrimento a outras pessoas, sem causar danos ao meio ambiente.

 

Se eles aprendessem isso, seria um enorme passo para controlar o Aquecimento Global, teríamos cidades mais verdes e menos poluídas e nossos filhos seriam mais felizes... Nós sabemos que isso é possível, mas só  conseguiremos isso através de uma  educação ambiental mais intensa, efetiva e direta.

 

Essa educação ambiental já esta sendo aplicada em varias partes do mundo, através de iniciativas e pequenos projetos, cada um fazendo sua pequena parte, nós sabemos disso, mas muitas pessoas ainda não sabem,  são poucos os cidadãos que tem acesso a essas informações.

 

Aqui no nordeste a maior parte da população é muito pobre, são pessoas castigadas pelas secas constantes. Aqui na cidade que estou morando (Teixeira /PB) faz cinco anos que não temos água nas torneiras. A transposição do Rio São Francisco chegou em Pernambuco e não chega aqui na Paraíba, por incrível que possa parecer está apenas a 20km daqui,  mas por questões políticas não fomos beneficiados por essa obra e continuamos sem água nas torneiras. Por conta disso, não precisamos pagar a taxa de água para o governo. O dinheiro que seria para pagar a CAGEPA (companhia de água e esgotos) vai para os donos de caminhões de carro Pipa (carro que carrega água).  A população  de mais baixa renda, busca água em baldes, na cabeça, dos chafarizes da cidade. Essas pessoas são maioria aqui e são essas mesmas pessoas que não acreditam que brevemente os recursos do planeta irão se acabar. Elas não sabem o que é ODS, Co2, Aquecimento Global, Camada de Ozônio... elas não tem nem a noção  do desmatamento acelerado de  Florestas no Brasil e no mundo. Essas pessoas  tem tantos problemas para enfrentar consequentes da falta de água que nem tem tempo de pensar nos problemas com o Meio Ambiente. Na mente delas esses são problemas que não dizem respeito a elas e jogam toda a responsabilidade para o governo resolver. O governo por sua vez,  também não está muito preocupado em poupar os recursos do Meio Ambiente... Nossos governantes estão mais preocupados em poupar outros recursos;  os deles próprios. Por isso mesmo, a corrupção se tornou rotina de trabalho no nosso Brasil. Está virando uma bola de neve e quanto mais cresce... mais difícil está ficando para controlá-la. E o pior de tudo; todos serão atingidos, tanto os que estão em baixo quanto os que estão em cima. Pobres, ricos, pretos, brancos... todos serão atingidos e não vai adiantar ter todo o dinheiro do Brasil quando as catástrofes ambientais afetarem o nosso País e os países vizinhos.

 

Parece mais com a história do “Game off Trones”, governos lutam por mais poder e não enxergam que o perigo maior vem de fora das muralhas.

Enquanto por aqui, pessoas lutam contra pessoas ao invés de lutarem juntas por um motivo maior... Um motivo comum a todos! O Meio Ambiente é a  nossa casa, a casa de todos nós, independente de raça, de país, de posição social, etc.  A população está cada dia mais desunida. Onde há a desunião sempre haverá guerra, sempre haverá destruição, violência, fome, injustiças... diante de tantos problemas que estamos enfrentando no Brasil o maior de todos eles é a desigualdade e a desunião da população. Para conseguir fazer com que iniciativas como essas tenham efeito por aqui no nordeste,  primeiro tem que ser feito um trabalho de Reeducação Ambiental mais efetivo, mais intenso e direto que a internet, a tv  ou o  radio. Uma Educação que alcance o máximo de pessoas possíveis o mais rápido possível, porque os recursos estão acabando muito rápido e as pessoas estão aprendendo  muito lentamente.

 

Hoje com a internet elas buscam informações mais ligadas aos seus interesses pessoais do que interesses em comum, com certeza são poucas que buscam informações sobre questões ambientais. Na verdade o consumismo prevalece na busca de informações.

 

Como fazer com que essas pessoas se interessem mais em ler matérias que falam sobre a “Sustentabilidade”,  “Meio ambiente”, como resolver esse problema?

 

A resposta chegou um dia na minha casa quando colocaram na caixa do correio um jornal periodico da Igreja Universal do Reino de Deus do Edir Macedo.

 

O jornal era gratuito e foi distribuído para todas as casas da cidade, inclusive nas casas daqueles que não eram evangélicos ( sou deísta e meu marido é ateu), guardei o jornal num canto, afinal, não era nenhuma matéria do meu interesse.

O jornal ficou tantos dias naquele canto que um belo dia resolvi lê-lo. Claro que  não virei evangélica mas admiti que o trabalho de evangelização do Edir Macedo era muito forte, efetivo e intenso e atingia todas as classes sociais até mesmo aquelas que não tinham internet em casa nem dinheiro para comprar um jornal. Então entendi outra coisa; segundo algumas pesquisas,   dizem que no Brasil o número de evangélicos aumenta a cada dia. Infelizmente há outra desconexão nisso; porque aumenta o número religiosos mas não diminui o número de violências no país? Muito pelo contrário, a violência aqui também virou uma bola de neve que aumenta dia após dia.

 

O jornal da Igreja Universal nos trouxe uma ideia; se o Edir Macedo consegue fazer um trabalho efetivo de evangelização no Brasil,

porque as empresas que lutam pela preservação do Meio Ambiente não conseguem fazer um trabalho mais efetivo de Educação e Conscientização Ambiental no Brasil?

 

Foi pensando nisso que surgiu a ideia do jornal  Ambiental. O “AMBIENTE-SE” é um  periódico mensal no mesmo estilo do jornal para o qual  trabalhei quando estava na Alemanha (http://www.inselrundblick.de)(http://www.inselrundblick.de/Archiv/.pdf ) , mas com o foco principal voltado para a Educação Ambiental interativa ou seja, fazer com que as pessoas interajam e participem mais ativamente dos temas propostos no jornal, (através de enquetes, pesquisas, oficinas, prêmios, concursos, etc) então nos perguntamos; como e por onde  começar? Diante dessa pergunta, foram surgindo  algumas possibilidades;

 

1.Conseguir apoio ou patrocínio de uma Empresa que tenha os mesmos ideais que o nosso grupo tem;

2.Vender  espaço no jornal para anúncios dos comerciantes locais. O anúncios seriam cobrados de acordo com o tamanho do espaço que ocupa no jornal e também de acordo com o numero de exemplares distribuídos, quanto mais jornais distribuídos mais caros vão ficando os espaços para os anúncios já que o alcance de leitores também iria aumentar

3.Imprimir no mínimo 5.000 exemplares do jornal e fazer o trabalho de  distribuição  nas casas e escolas da cidade.

4.Feita a distribuição, começaríamos o trabalho de visitas. Sairíamos em grupos divididos (de inicio 3 pares), visitando todas as casas da cidade, rua por rua (assim como fazem os agentes de saúde da cidade). Seria feito um questionário para saber o grau de entendimento e aprendizado que as matérias do jornal trouxeram para os leitores da comunidade local.

5. Ao mesmo tempo seria feito  um trabalho de captação de recursos ou seja, captação de colaboradores para o  nosso projeto. Para se tornar um colaborador teria que doar no mínimo 2,00 por mês, esse valor cobriria o valor que pagamos em cada exemplar do jornal 1,50 reais e dependendo da quantidade de colaboradores daria até para pagar as diárias (60,00) para as equipes de pesquisas e captação de colaboradores

 

 

E qual a vantagem de ser um colaborador?

 

1.Receberia o jornal todo mês em sua casa confortavelmente.

2.Teria gratuidade nos eventos e oficinas organizados pelo Grünes Haus. Ex: Oficinas de Arte & Artesanato sustentável, Jardinagem & Paisagismo, Musica & Dança, oficinas de Permacultura, BioConstrução, Horta comunitária, Agroecologia, etc.

3.Teria gratuidade nas Feiras (Flohmarkts) e eventos organizados pelo GH, podendo expor e vender seus artesanatos ou pertences e fazer uma renda extra.

4.Concorreria a prêmios a cada edição Ex: Espremedor de frutas, liquidificador, etc.

5.Concorreria a um grande premio no final de cada ano (isso faria com que ela guardasse todas as edições do jornal)

6.Concorreria a um intercambio cultural e educacional entre as Eco Vilas espalhadas no Brasil e no Mundo (Eco Vilas são assentamentos humanos sustentáveis e já existem em vários países do mundo) Muitas Eco Vilas já fazem esse tipo de intercâmbio e algumas já tem também hospedagem em troca de trabalho a exemplo do Schloss Glarisegg na Suíça (http://schloss-glarisegg.ch/)  ou através de iniciativas como a do GEN -The Global Ecovillage Network ( https://ecovillage.org/ )

 

E assim conseguiríamos nossa primeira edição, com recursos próprios e  através de captação de recursos dos colaboradores cadastrados e dos anúncios.

 

Nosso projeto de Educação Ambiental através do jornal tem um custo baixo e um alcance muito alto.

 

Veja um exemplo:

 

PARA 5.000 EXEMPLARES;

 

Fizemos um orçamento com uma gráfica aqui na cidade e o menor preço que conseguimos foi 1,50 por cada exemplar

(acho que o Edir Macedo consegue mais barato ;-)

 

Ex: 5.000 x 1,50 = 7.500 (mês)

 

Dependendo da quantidade de colaboradores mensais e da venda dos anúncios essa despesa poderia ser coberta ou seja, se empatamos o número de colaboradores com o número de exemplares impressos arrecadaríamos 10.000,00 reais, pagaríamos os 7.500,00 da gráfica e sobraria 2.500,00 para ajudar com as despesas das diárias dos agentes de pesquisa e captação.

 

O Projeto além de conseguir uma Educação Ambiental mais direta, mais eficaz,  aponta  os problemas e mostra também que existem soluções para eles e que nós não devemos esperar que nossos governantes resolvam, nós também podemos resolver porque a força maior que rege o mundo não é o dinheiro;  é a “VONTADE” essa é  a força maior e é isso que está faltando nas pessoas, vontade, motivação, esperança, ação e é isso que o nosso jornal propõe para todos os nossos leitores.

 

Estou lhe escrevendo para lhe pedir que nos ajude com o start inicial para o nosso Jornal, com o passar do tempo o jornal irá se sustentar por si só. Queremos apenas uma ajuda para começarmos a distribuir o jornal na nossa cidade, depois no nosso estado e se pudermos sonhar mais alto... distribuir o jornal em todo o Brasil.

 

Eu lhe prometo que esse será o melhor investimento de toda a sua vida! Quando falo isso não estou pensando no retorno financeiro, mas sim, no retorno de um mundo melhor para os nossos filhos, para nossas famílias. Vi no Twiiter que o senhor apoia alguns projetos, mas assim como muitos outros projetos espalhados pelo Brasil, poucas pessoas tem conhecimento sobre eles, o jornal serviria como uma ponte para fazer com que essas iniciativas chegassem mais rápido ao conhecimento da comunidade e seria também uma forma de unir todos eles em um só lugar e levá-los ao conhecimento de um maior número  de cidadãos.

 

Por favor, pense com carinho no nosso projeto, mas antes de nos dar uma resposta, gostaríamos que desse uma lida neste edital que o Ministério do Meio Ambiente publicou; PROJETO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA INTERNACIONAL - PNUMA N° 615.3 (Brazil Project)   (“Produção e Consumo Sustentáveis”)

 

Infelizmente não acredito muito que o nosso Governo conseguirá implementar  projetos realmente eficazes, já que sabemos que existem muitos órgãos que usam os projetos como um iscas para desviar dinheiro para assuntos pessoais. Nosso país esta precisando  urgentemente de pessoas mais honestas do que corruptas, pessoas mais sustentáveis do que religiosas.

 

Aguardo ansiosa por uma resposta, mesmo que seja uma resposta negativa pois assim poderemos dar continuidade na procura por outros apoios.

 

 

Um grande abraço,

 

Maria Mundin

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

bottom of page